sexta-feira, 3 de junho de 2011

‘Autenticidade de vida na era digital’

Pe. Edilson Soares Nobre [  Pastoral da Comunicação Arquidiocese de Natal ]
A Igreja Católica celebra, no Domingo da Ascensão do Senhor, o 45° Dia Mundial das Comunicações Sociais. O Dia foi instituído pelo Concílio Vaticano II, em 4 de dezembro de 1963, com o decreto sobre as Comunicações, intitulado Inter Mirifica.

A tomada de consciência da importância da comunicação para o mundo atual é renovada a cada ano com um tema especial que o Papa envia para todo o mundo. Desta vez, Bento XVI pede que se reflita a temática: Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital. O Papa reconhece que estamos vivendo uma nova revolução em consequência deste “novo” contexto da era digital que causa um grande impacto cultural e social. “Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais”.

Não se trata de um discurso de confronto a esta realidade nova. Trata-se de um apelo e uma orientação para sabermos usufruir bem dos recursos que a era digital nos proporciona: “Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira”.

Sendo os jovens os maiores protagonistas no uso e nas relações do mundo digital, o Papa não poderia deixar de mencioná-los e nem poderia deixar de se preocupar com eles. “Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e, por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser”.

Chama ainda a atenção para o risco de mergulharmos no mundo virtual e esquecermos o contato humano com as pessoas. Daí surgem algumas perguntas: “Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para refletir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras?”

Comunicar o Evangelho através dos novos midia é o apelo pertinente. De que forma isto pode ser concretizado? “Significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho”. E acrescenta: “Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé...”

No 45° Dia Mundial das Comunicações a Igreja nos orienta para que nesta nova forma de relação interpessoal, haja critérios baseados na verdade e que, portanto, o anúncio e a autenticidade de vida são imprescindíveis.

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