quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pastoral da Criança realiza Missão Leiga no Amazonas


A Pastoral da Criança, em nível nacional, desenvolve o “Projeto Missionários Leigos”, há alguns anos. “O objetivo desse projeto é implantar a Pastoral da Criança em comunidades de difícil acesso. Sabemos que há Estados, no Brasil, onde há dificuldades. Mas, em outros, a situação é ainda mais crítica. Esse projeto leva a Pastoral da Criança a essas comunidades”, explica Marlúzia Pessoa, coordenadora da Pastoral da Criança, n Rio Grande do Norte.
Marlúzia faz parte da Equipe Nacional de Coordenação do Projeto Missionários Leigos, eleita na Assembleia Nacional, realizada em novembro de 2011. A coordenação tem três integrantes. Os outros dois são o Pe. Ademar Rover e Ana Ruth Góis. Marlúzia foi eleita como a representante de todos os coordenadores estaduais da Pastoral da Criança. Segundo ela, esse projeto deve ser divulgado em todas as Dioceses, para suscitar o desejo de líderes de sair em missão, nos lugares onde há necessidade de implantação da Pastoral da Criança.

O projeto

Uma das funções de Marlúzia é acompanhar os Missionários nos lugares onde eles estão em missão. “Lembro que os missionários são enviados para as Dioceses que ainda não têm a Pastoral da Criança. Mediante a necessidade da Diocese, o bispo faz a solicitação e a Pastoral envia os missionários”, diz. Cada missionário passa 11 meses no lugar, desenvolvendo todo o processo necessário para a implantação da Pastoral.
“O objetivo do missionário na comunidade é implantar a Pastoral da Criança e deixá-la funcionando”, reafirma Marlúzia. Segundo ela, esses missionários mostram o que é a Pastoral, como ela trabalha, descobre líderes e capacita esses líderes e coordenadores. “Quando os missionários concluírem a missão, depois de 11 meses, eles deixam a Pastoral implantada, com líderes e coordenadores capacitados e atuando, para que a ação tenha continuidade”, afirma.
Depois de visitar as comunidades onde há missionários da Pastoral da Criança, Marlúzia faz um relatório e encaminha à coordenação nacional da Pastoral. “Eu conto como está a ação na comunidade, como está sendo a aceitação por parte das famílias, relacionamento dos missionários com a família, a inculturação dos missionários com a realidade das famílias.
Atualmente, o Projeto Missionários Leigos está presente nas dioceses de Bacabau, no Maranhão; de Parintins, no Pará; da Arquidiocese de Manaus e na Prelazia de Coari, ambas no Amazonas. São dois grupos na Arquidiocese de Manaus e um na Prelazia de Coari, em Bacabau e em Parintins. Uma das missionárias que realiza missão em um dos grupos da Arquidiocese de Manaus é Maria Elinalva Silva, da Paróquia de São José de Campestre, da Arquidiocese de Natal.
Nos anos de 2007 e 2008, outra missionária, Maria Iolanda da Silva, atual Secretária da paróquia do bairro de Candelária, em Natal, realizou missão em Alto Solimões, também no Amazonas. “O trabalho que ela fez lá foi tão bom, que agora ela está sendo convidada para realizar essa missão na África, mas, por causa de assuntos pessoais, ela não poderá ir”, conta Marlúzia.

Realidade em Coari

O trabalho do Projeto na Prelazia de Coari-AM começou em janeiro deste ano. São três missionários, que atuam no município de Manacapuru, paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, numa comunidade chamada Bela Vista. Na primeira quinzena de janeiro, Marlúzia visitou a Prelazia para fazer o acompanhamento do Projeto e relatar para a coordenação nacional da Pastoral. Em Julho ela irá à Diocese de Bacabau, no Maranhão.
Sobre o Projeto em Coari, Marlúzia relata: “Fiquei muito feliz com o que vi. Deu para perceber que nesses poucos meses os missionários conseguiram um excelente relacionamento com as famílias das comunidades, e isso facilita o trabalho”. O município de Manacapuru, onde os missionários atuam, existem 12 comunidades urbanas e 120 ribeirinhas, onde só se chega em “Rabetas” (espécie de canoa, movida a motor).
Uma peculiaridade nas comunidades de Coari é que os líderes são, na realidade, uma referência, quase que representantes da Igreja. “Como o Pároco demora a ir na comunidade, por causa das distâncias enormes e as dificuldades de acesso, eles passaram a ser essa referência da Igreja”, relata Marlúzia.
Segundo ela, são os missionários que, junto com as famílias, conduzem a Celebração da Palavra; organizam a preparação de famílias para o batismo das crianças. “Uma coisa que me chamou a atenção foi ver uma Ministra da Eucaristia fazer a celebração do Batismo das crianças”, comenta. Ela acrescenta que a visita que fez coincidiu com a festa da Padroeira, que é Nossa Senhora de Fátima, e as celebrações foram organizadas e conduzidas pelas famílias.
Para Marlúzia, a vida das famílias nessas comunidades amazônicas não é apenas muito simples, mas precária, de miséria. “Percebi que não há políticas públicas direcionadas para essas famílias; eles vivem da pesca e alguns poucos, além da pesca, também fazem plantação, quando é possível; as condições de moradia são precaríssimas; na verdade, aquilo não é moradia digna de gente, de pessoa humana; há miséria, mesmo”, relata.
Ela acrescenta que tudo é precário: sistema de saúde, educação. “Em uma comunidade, onde a escola funciona com um sistema de Satélite, com um monitor, deixou de ter aulas para as crianças, por causa de problemas do Satélite”, diz. Marlúzia relata que, em média, cada família tem de cinco a seis crianças. “Vi uma mulher, de apenas 34 anos de idade, mas já com 9 filhos. E todas as casas dessas famílias, feitas de madeiras e elevadas, no sistema de palafitas, têm apenas um cômodo.

Presença do Bispo

Na viagem, Marlúzia se reuniu com o Bispo da Prelazia, Dom Marcos, e com os Padres. Para eles, ela também deu formação. “O objetivo foi fazer com que eles compreendam o trabalho da Pastoral da Criança e ajudem os missionários no trabalho de implantação”, informa. Ela também se reuniu com mais de 100 líderes, aos quais também deu a “formação contínua integrada”.
Também houve encontro com os capacitadores estaduais de missão e gestão, com os coordenadores de áreas da Arquidiocese de Manaus, com o Conselho Econômico da Pastoral da Arquidiocese e com coordenadores paroquiais. Ela também participou, junto com o Bispo da Prelazia, do processo de escolha da coordenadora da Pastoral da Criança, na Prelazia de Coari.





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